terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O que é o natal?

Eu, menino, sentado na calçada, sob um sol escaldante, observava a movimentação das pessoas em volta, e tentava compreender o que estava acontecendo.- Que é o Natal? - perguntava-me, em silêncio.Eu, menino, ouvira falar que aquele era o dia em que Papai Noel, em seu trenó puxado por renas, cruzava os céus distribuindo brinquedos a todas as crianças. E por que, então, eu que passo a madrugada ao relento, nunca vi o trenó voador? Onde estão os meus presentes? - perguntava-me.E eu, menino, imaginava que o Natal não deveria ser isso. Talvez fosse um dia especial, em que as pessoas abraçassem seus familiares e fossem mais amigas umas das outras. Ou talvez fosse o dia da fraternidade e do perdão. Mas então, por que eu, sentado no meio-fio, não recebo sequer um sorriso? Por que a polícia trabalha no Natal? - eu me perguntava, entristecido.E eu, menino, entendia que não devia ser assim...Imaginava que talvez o Natal fosse um dia mágico porque as pessoas enchem as igrejas em busca de Deus.Mas por que não saem de lá melhores do que entraram?Debatia-me na ânsia de compreender essa ocasião diferente... Via risos, mas eram gargalhadas que escondiam tristeza e ódio, amargura e sofrimento...E eu, menino, mergulhado em tão profundas reflexões, vi aproximar-se um homem... Era um belo homem... Não era gordo nem magro,nem alto nem baixo, nem branco, nem preto, nem pardo, nem amarelo ou vermelho.Era apenas um homem com olhos cor de ternura e um sorriso em forma de carinho que, numa voz em tom de afago, saudou-me:- Olá, menino!- Oi!... respondi, meio tímido.E, com grande admiração, vi-o acomodar-se a meu lado, na calçada, sob o sol escaldante.Eu, menino, aceitei-o como amigo, num olhar. E atirei-lhe a pergunta que me inquietava e entristecia:- Que é o Natal?Ele, sorrindo ainda mais, respondeu-me, sereno:- Meu aniversário.- Como assim? - perguntei, pois ele estava sozinho.- Por que você não está em casa com os seus familiares?E ele me disse: - Esta é a minha família, apontando para aquelas pessoas que andavam apressadas.E eu, menino, não compreendi.- Você também faz parte da minha família... - acrescentou, aumentando a confusãona minha cabeça de menino.- Não conheço você! - eu disse.- É porque nunca lhe falaram de mim. Mas eu o conheço. E o amo...Tremi de emoção com aquelas palavras, na minha fragilidade de menino.- Você deve estar triste, comentei. Porque está sozinho, justo no dia do próprio aniversário...- Neste momento, estou com você. - respondeu-me, com um sorriso.E conversamos... uma conversa de poucas palavras, muito silêncio, muitos olhares e um grande sentimento, naquela prece que fazia arder o coração e a alma.A noite chegou e as primeiras estrelas surgiram no céu.E conversamos... Eu, menino, e ele.E ele me falava, e eu O entendia. E eu O sentia. E eu O amava...Eu, menino, era as cordas. Ele, o artista. E, entre nós dois, se fez a melodia!... E eu, menino, sorri...A madrugada chegou e, enquanto piscavam as luzes que iluminavam as casas, Ele se ergueu e eu adivinhei que era a despedida. Mas eu suspirava, de alma renovada. Abracei-O pela cintura, e lhe disse:- Feliz aniversário!Ele ergueu-me no ar, com Seus braços fortes, tão fortes quanto a paz, e disse-me:- Presenteie-me compartilhando este abraço com a minha família, que também é sua... Ame-os com respeito. Respeite-os com ternura, com carinho e amizade. E tenha um feliz Natal!E porque eu não queria vê-lo ir-se embora, saí correndo em disparada pela rua. Abandonei-O, levando-O para sempre no mais íntimo do coração...E saí em busca de braços que aceitassem os meus...E eu, menino, nunca mais O vi. Mas fiquei com a certeza de que Ele sempre está comigo, e não apenas nas noites de Natal...E eu, menino, sorri... pois agora eu sei que Ele é Jesus... E é por causa Dele que existe o Natal.

2 comentários:

Templo da Sintonia disse...

Natal..... ahhh o natal!!!!

Anônimo disse...

Lindo Natal....mas o mais importante nos esquecemos....ainda bem que existem pessoas que se lembram,qual o verdadeiro motivo para o Natal

Serena